segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A hora do cansaço



As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Autor: Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

  1. Olá tudo bem? Gostaria de pedir um imenso favor. Gostaria que entrasse no meu blog e desse sua opinião sobre o ultimo assunto exposto.
    O assunto é : Fechamento das escolas especiais,estou fazendo um abaixo assinado contra o fachamento das escolas especiais, e preciso de 1 MILHÃO E MEIO de assinaturas,e conto com sua ajuda e solidariedade.
    Obrigada, e desculpe o incomodo.
    http://lindsay-make-up.blogspot.com/

    ResponderExcluir