quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Janela aberta.


Cortinas flutuando. Chuva. Goteiras. Caixinha de música ligada. Música constante. E um coração quebrado, sangrando em minhas mãos. Jurava que aquilo havia sido apenas um acidente, que faz parte daquela historinha insuportável de que você nunca escolhe quem ama; e é óbvio que isso se encaixava em todos os estereótipos de amor – até aquele amor que você sente pelo porteiro do seu prédio, esse também conta–. Prometi a mim mesma que não iria me magoar, não de novo, pelo menos dessa vez… As coisas realmente parecem dar certo quando a sua expectativa é muito grande sobre ela. Mas nem todo o amor é conveniente para si mesmo, nem todo amor aumenta o ego e faz você se sentir bem. Perguntei milhares de vezes a mim mesmas e as coisas seriam assim mesmo, ou melhorariam. Piorar? Ah, não, não tinha mais como. Já disseram pra você, após levar um tombo que “do chão não passa”? Encontrava-me no chão. Ninguém para me levantar. Silêncio. Mais silêncio. Um silêncio que gritava, perturbava, fazia a cabeça doer. Uma enxaqueca maior do que se pode imaginar. Lágrimas, muitas lágrimas. Eu tentava ser forte de mais para qualquer vontade de fazer besteira, mas eu havia esquecido que já estava morta por dentro. Então, envolvida com uma bagunça filha da puta na minha cabeça, houve uma incrível descoberta. Eureka! Eureka! A descoberta baseava-se em que: na sua vida, você poderia ter duas opções falando-se de amor: ou você amava, ou você era amado. Melhor se conformar em ter nascido para não ser correspondida.

Autora: Sara

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