segunda-feira, 2 de abril de 2012

Fico eu

Enquanto teus corpos se entrelaçam
Enquanto sentem um o calor do outro
Enquanto dançam teus doces lábios…
Fico eu a te imaginar.

Enquanto tuas vidas prosseguem
Enquanto os vinhos lhes embebedam
Enquanto os banquetes lhes saciam…
Fico eu a te desejar.

Enquanto os buquês de felicidade chegam,
Enquanto os bombons de amor são comidos


E o tempo quase cessa pra vocês…
Fico eu a lhes invejar.

Enquanto minha vida gira em sentido contrário
Enquanto não nos tropeçamos nas sarjetas
Enquanto não brindamos chá…
Fico eu a te amar.

Fico eu a te imaginar,desejar,invejar e amar.
Fico eu,fica tu,ficamos nós…separados
Enquanto a vida vai passando no nosso meio,
E como um rio ela corre muito rápida!
Fico eu sem nadar,esperando por ti nas margens dela.

Seria eu feliz sem tê-la dentro de mim?
O amor nos confunde mais que teorias físicas.
Meu corpo já não aguenta a pressão sobre os ombros
Enquanto tu é feliz,fico eu a te carregar.

Enquanto sacia tua fome e os desejos de tua carne
Perco as horas sem ouvir um alarme
Não há sequer um alarde quando há felicidade
Enquanto tu vive como gente,fico eu a vegetar amor.

Se há paz em ti,ela é minha,devolva-me.
Foi tão sem educação que entrou sem pedir
E não sairá se eu não permitir.
Minha paz não será moeda de troca,
Enquanto tu me rouba,fico eu a te prender.

Enquanto penso eu que estás na solidão
Tu amas qualquer bonachão…
Ele te faz feliz,como pensas que sempre quis
Mas posso mais,posso além…mas tu me detém.
Enquanto se engana,fico eu a me decepcionar.

És a vilã do meu conto,
Em tuas frases nunca há ponto,só mistério.
Não guilhotino esse amor,seria suicídio.
Te prendo dentro de mim e sou prisioneiro de ti.

Enquanto teus olhos atam-me pouco a pouco
Fico eu como um alucinado,de longe,a te amar.


Autor: Philippe de Morais Gama

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