terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Mas eu te amei, mesmo, por causa daquele segundinho, o segundinho que a chavinha virou para a direita. O segundinho da pizza e do interfone.
E assim foi por quase dois anos. Eu me perguntava quando isso teria fim. Motivos profundos, nobres e óbvios para deixar de te amar também não me faltaram, mas nenhum deles foi suficiente ou funcionou.
Você acompanhou com olhos humildes e humilhados todos os passos da sua ex naquela festa e eu continuei te amando. Você confundiu Chico com Vinicius e eu continuei louquinha por você. Você tinha aquele probleminha de não segurar o prazer e meu maior prazer sempre foi qualquer segundo ao seu lado. Você me largou sozinha naquele hospital, com a minha mãe sem saber se tinha ou não metástase, e foi para a praia com seus amigos bombados. E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te amava cada vez mais. Você me mandou embora da sua casa, do seu carro, da sua vida, da memória do seu computador, do seu celular e do seu coração. Você me deletou. E eu passei quase um ano quietinha, te esperando, rezando pra Santo Antônio te ajudar a ver que amor maior no mundo não poderia existir.
Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar estivesse bonito demais. Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez, cada limitação, cada bobeira. Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você.

3 comentários:

  1. sei como é... o melhor a se fazer é buscar ou fazer com que algo seja maior que isso. Talvez vc não esqueça, mas o sentimento fica adormecido, quietinho... não dói tanto!

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  2. Oláa.. belo blog ! :)
    parabéns, será que pode me seguir ?

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  3. http://aprendoerrando.blogspot.com/
    Dê uma olhadinha no meu BLOG . Ajudem ?
    Todos os Textos são escritos por mim . Beijos .

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