terça-feira, 20 de dezembro de 2011



Estamos tão entregues a este mundo, entregues às farsas alheias, que ficamos cegos e não reparamos nas bobagens que fazemos. As pessoas estão sempre em busca de seus próprios interesses, isso não é novidade para ninguém. Mas elas querem mais do que lhes é de direito: querem o inatingível. O superego deve contê-las, senão, a gratificação imediata tornar-se-á uma constante.. Quando falo com meu amigo (no caso, eu), sempre me atrapalho com o que antes eu já havia formulado. É como se o café que eu fiz estivesse no ponto, quente ou morno, com açúcar ou sem, bom para qualquer pessoa que goste de um cafezinho no fim de tarde. Eis aí que surge um fantasma que mora em minha mente, na verdade ele não assusta com a aparência, e sim com seus pensamentos. Eu cheguei a dizer que confiava nas pessoas até que elas me provassem o contrário, e ele me fez mudar de idéia, sabe por quê?
Meu caro Guilherme, esse pensamento deliberado que constitui o mundo mesmo antes dos primeiros filósofos existirem, são a prova de que nem tudo parece ser o que realmente é. Gostar de uma pessoa não quer dizer necessariamente que você confia nela, certo? Até que ponto esse gostar vai alcançar a confiança? Não sou eu quem dirá. Mas sei que confiar vai além de um simples verbo. Confiar é enxergar outra pessoa que não seja você que saiba de seus planos, sonhos, medos, exageros. Confiar é fechar os olhos e cair, esperando assim que o outro segure. Há uma grande diferença entre confiar e precisar de alguém, meu caro.
Pois bem, desta vez enchi a xícara de café. Notei que o fantasma havia sumido com a fumaça cheirosa do café, o meu amigo não tinha mais motivos para sorrir, chorar ou mentir. Ele havia desligado seu botão de emergência.

Autor: Guilherme Pimentel

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